Boa Sorte, Leo Grande é uma belíssima sessão de terapia sobre aceitação
Fonte: Alê Shcolnik – Rota Cult
O que você faria para lidar com a ideia do envelhecimento? E lidar com as questões do próprio corpo diante de um completo estranho numa cama de hotel? Essa é a premissa de Boa Sorte, Leo Grande.
Nancy Stokes é uma viúva aposentada, que contrata um garoto de programa, para curtir uma noite de prazer e auto descoberta, porém esse encontro mudará sua vida para sempre. Afinal, são mais do que encontros casuais, eles acabam se tornando uma sessão de terapia. Assim, o filme coloca em cena, valores e princípios de dois personagens completamente diferentes, mas que se complementam.
O carismático Daryl McCormack é apenas a cereja do bolo deste filme que traz Emma Thompson de volta as telas. Essa dramedia mais que real é sobre o que é ser mulher. O longa é mais que entretenimento, ele aborda questões relevantes, com humor, peculiarmente britânico. No meio disso, Emma Thompson se destaca com sua veia cômica (completamente absurda), em cena.
A tragicomédia parte do ponto, “não quero um homem velho, quero um jovem”, ao mesmo tempo que admite ser uma velha pervertida decadente, porém, Nancy está muito longe disso, ela está em busca de algo que ela demorou para aceitar, seu corpo e sua idade.
Boa Sorte, Leo Grande entretém o espectador assertivamente, falando de envelhecimento, aceitação e redescoberta. A cena final é tão catártica que a sensação que temos é de ver muito mais que uma mulher despida além das roupas. Emma Thompson eleva a dor da personagem ao trazer questões pessoais para a construção de Nancy. Em recente entrevista, a atriz assumiu publicamente sobre a sua relação com seu corpo. Na verdade, mais do que isso, ela enfatiza que nós, mulheres, fomos feitas para odiar nossos corpos. E ela finalmente se libertou!