Você vender uma parte de seu corpo para se tornar uma obra de arte? Baseado em uma história real, o longa “O Homem que Vendeu sua Pele” chega aos cinemas do Brasil

Fonte: Gabriela Rassy – Hypeness

Indicado ao Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional, uma trama assinada por Kaouther Ben Hania estreia em circuito comercial no Brasil no dia 7 de outubro com distribuição da Pandora Filmes. “O Homem que Vendeu sua Pele” é estrelado por Yahya Mahayni, Monica Bellucci, Dea Liane e Koen de Bouw, teve uma ótima recepção no Festival de Veneza em 2020, onde foi aplicada na Seleção Oficial e Yahya Mahayni saiu premiado como Melhor Ator.

A ideia do filme começou a germinar na cabeça da diretora em 2012, quando ela visitou uma retrospectiva dedicada ao artista belga Wim Delvoye, no museu do Louvre em Paris.

“Lá eu vi uma obra em que o artista tatuou as costas de Tim Steiner, um homem sentado em uma cadeira, sem camisa, exibindo o desenho de Delvoye. A partir desse momento, esta imagem singular e transgressora não me deixou”.

Pouco a pouco, outros elementos da experiência de vida da diretora complicaram e enriqueceram essa imagem. “Uma vez que todos esses elementos integrados juntos, a história parecia pronta e me compeliu a escrevê-la. Um dia em 2014, quando eu estava prestes a editar uma enésima versão do roteiro do meu filme anterior, “Beauty e os Cães”, descobri-me contando sem parar durante cinco dias a história desse filme”, conta a diretora.

“O Homem que Vendeu sua Pele” retrata dois lados opostos do mundo: o mundo das artes e o mundo dos refugiados. Um deles elitista, onde a liberdade é a palavra-chave e, do outro lado, um mundo de importantes impactado pelos acontecimentos atuais em que a falta de escolha é a preocupação dessas pessoas. E é justamente nenhum contraste entre esses dois mundos que o filme acontece e faz uma reflexão sobre os privilégios e condenados.

No filme, o protagonista Sam Ali, um jovem sírio sensível e impulsivo que trocou seu país pelo Líbano para escapar da guerra, concorda em vender suas costas para o diabo.

Ele toma esta decisão por não ver escolha e, assim, acaba entrando na esfera elitista e hiper-codificada da arte contemporânea por uma porta improvável. Seu olhar aparentemente ingênuo apresenta este mundo ao espectador de um ângulo diferente do que o aparentemente pelo estabelecimento cultural.

Sam é um homem um tanto orgulhoso, porém honesto. Tornar-se um objeto, onde é exposto, vendido, empurrado de um lado para o outro começa a incomodá-lo até que ele decide confrontar esse universo na tentativa de recuperar sua dignidade e sua liberdade.

Assista o trailer:

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